23 de set. de 2012

4 nós.

Mesa cheia, copos pela metade e eu sentei. Me sentia bem, sabia que ali era bem vinda e de certa forma até amada.  Mandamos ver naquela gordura, comia como se soubesse que aquela seria minha última refeição.  Quando tirei os olhos do prato notei que era observada, geralmente me incomodava com isso, mas eu estava tão bem acompanhada, tão segura que aquilo pouco me importava. Sorri feliz pra'quela  uma.  Deu de ombros. Mande ela se foder (em pensamento).   Saímos.
Éramos quatro. Recentemente estranhos.   Tão felizes agora.     Um era exatamente o complemento do outro.  Um tinha corpo, o outro cérebro era tipo isso.  Começamos a noite com Beatles, bailando lentamente. Erguendo os copos de uma forma decente.  A única coisa que eu pensava era: não poderia ser melhor.  As cervejas se foram e lá fomos nós atrás delas.  Éramos quatro, dependentes de só uma. Unidos pela mesma causa.  As músicas mudaram e o que eu escutava agora eram batidas frenéticas, movimentos malucos e as minhas risadas descontroladas.  Aquilo era bom.   Então eu fui pega pela nostalgia. Cambaleei até o sofá e por lá fiquei. Aquilo não fazia mais sentindo.  Não era o que eu queria pra mim.  Precisava de sossego, de cama, de amor, de carinho, de colo. De alguém.   Fui ao banho.  Deixei os pensamentos descerem pelo ralo. Aquilo não era bom e nem ruim. Era eu sem efeito nenhum.   Ouvia as conversas, as músicas, a tv estava liga também.  Deitei. Com frio e com um gosto amargo na boca.   Dormi.  Alguém me pedia a chaves da casa.  Olhei aqueles três partirem. O céu estava claro e o sol timidamente se expondo.  Eu os agradeci em pensamento.

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