23 de ago. de 2012

Te pego as nove!

Ainda lembro como se fosse ontem, o carro buzinando e eu justificando meus sapatos baixos: - Torci meu pé, desculpa a deselegância.  Sorrindo ele arrancou o carro.  Foram voltas e voltas, e eu não fazia ideia de onde estávamos, a única coisa que  sabia é que estava em boa companhia.
Paramos... percorremos um pequeno trajeto até a porta/entrada de uma casa de "festas"...mas ominúsculo espaço que atravessamos foi o suficiente para percebermos que estávamos no lugar errado.  Saímos dali.
Passando de rua em rua, comentávamos as pequenas saias mas o que realmente nos assustava eram os pequenos cérebros que as vestiam.
Apontei um lugar.  A fachada era preta, poster's rasgados  e uma pequena entrada.  Punk's com sangue no olho e canivete na mão, garotas de cinta-liga amostra, arruaceiros barrados na porta, promessas de morte...
- Tem certeza de que quer entrar?
- Olha os caras apanhando ...deve ser legal essa festa. - eu até havia me animado.  Enfim entramos,  paredes sem cores, tijolos a vista e um mural.  Paguei a cerveja e nos colocamos a observar os frequentadores do péssimo ambiente.  Foi desestimulador.  Não havia nada de mal ali...apenas crianças com aspectos asquerosos. Pirralhos fétidos e sem nenhuma orientação sexual, aquilo era tão óbvio... por mais que não conhecesse ninguém naquele lugar eu sabia exatamente quais passos dariam, quais palavras usariam, quais merdas ostentariam... aquilo me parecia uma piada de péssimo gosto.
 Partimos,  o frio resolveu aparecer e a única coisa que eu sentia era vontade de calçar meias.
Liguei a Tv, mas eu não tenho lá muita paciência...passei todos os canais e parei no que me pareceu mais bizarro, era um programa sobre distúrbios ... relatos de uma mulher que comia forros de sofá, um homem que se relacionava com um manequim e uma pobre coitada que usava uma grande cabeça de raposa. Mas que diabos era isso?  Rimos.    E nossa noite se deu por finalizada.  E a única coisa que sei é que, com cabeças de raposa ou não aquela foi uma das noites mais marcantes da minha vida.

13 de ago. de 2012

Mas, mas , mas ...

Roubaram meus autores. Distorceram as frases. Romantizaram a história.  Acreditaram no meu bom caráter.    Decoraram minhas músicas. Defenderam meu ponto de vista. Esqueceram as minhas falhas.  Eles até riam das minhas piadas.         Mas eu fugi.